Huaca Huallamarca
Bem no meio do simpático bairro de San Isidro, há um sítio arqueológico de Lima que poucos conhecem: a Huaca Huallamarca.
Acredita-se que a Huaca Huallamarca, essa grande pirâmide toda feita de barro, era um templo cerimonial pré-inca.
Atente para essa linha do tempo que explica a divisão e a formação de povos pré-incas por todo o território peruano. É interessante notar como os povos pré-incas também tinham uma tecnologia bem desenvolvida para aquela época. Na base da pirâmide há um pequeno museu com algumas peças e explicações sobre o templo, não deixe de visitá-lo

Do topo da pirâmide ficamos imaginando como seria a vida ali mesmo em
Lima antes desses prédios todos tomarem forma e restringirem o espaço das ruínas a apenas um quarteirão. Se você for passear por San Isidro, não deixe de conferir a Huaca Huallamarca, pois a combinação é perfeita

Huaca Huallamarca
Endereço:
San Isidro
Horários:
Terça a Domingo: 9 às 17h
Ingressos:
Adultos: 5 soles (R$ 3,50)
Huaca Pucllana
Um dos mais famosos sítios arqueológicos de Lima e o mais visitado pelos turistas é a Huaca Pucllana.
A Huaca Pucllana, também foi construída por povos pré-incas e acredita-se que o local tenha sido usado como templo para sacrifícios de mulheres a fim de acalmar as deusas, que eram consideradas muito violentas. Este era um templo reservado para a elite, sacerdotes e nobres.
O processo de restauração destas ruínas começou apenas em 1981 e, segundo o guia que nos acompanhou pela visita, serão necessário mais 30 anos de intenso trabalho para terminar toda a restauração daquela área. Antes de descobrirem as ruínas, a região era usada como pista de moto-cross, acredite se quiser

Hoje, a Huaca Pucllana ocupa apenas um quarteirão, grande é verdade, no bairro de Miraflores, mas os pesquisadores acreditam que essa área era no mínimo seis vezes maior e que deveria ocupar vários quarteirões em todas as direções. Dizem também que a área mais importante ainda está soterrada, pois, por conta da sua proximidade com o mar, esse local era provavelmente utilizado para observar as deusas que ali habitavam.
Uma das explicações que mais me chamou a atenção durante essa visita foi descobrir a “técnica do livro” utilizada nas construções desses locais. Essa técnica foi desenvolvida pelos povos que habitavam a região e é vista claramente na Huaca Pucllana.
Graças a essa técnica, eles conseguiram fazer com que suas contruções e templos resistissem aos constantes terremotos que aplacavam a região. Os tijolos de barro eram colocados lado a lado como se fossem livros em uma estante, mas sempre deixando um espaço entre eles, o que dava uma certa “flexibilidade” para os tijolos durantes os terremotos. Por não serem tão colados, os tijolos encontravam espaços entre eles e conseguiam se mover conforme as ondas do terremoto sem destruir nenhuma parede sequer.
É impressionante pensar que eles tinham o domínio completo do seu território, do conhecimento dos eventos naturais e que foram capazes de desenvolver tal tecnologia. Uma prova da eficiência desse sistema é o fato de
Lima já ter sido atingida por fortíssimos terremotos que destruiram muitas construções mais modernas, enquanto que a Huaca Pucllana continuou quase intacta, na medida do possível, claro

Huaca Pucllana
Endereço:
Miraflores
Horários:
Quarta a Segunda: 9 às 17h
Ingresso:
Adulto: 10 soles (R$ 7,00)
Pachacámac
Um outro sítio arqueológico de Lima, ou melhor, dos arredores de Lima, que costuma chamar a atenção dos turistas é o
Pachacámac, localizado a aproximadamente 40 km da capital. Você pode chegar lá contratando um tour organizado por agências de receptivo ou tentar usar a nossa
infalível técnica de negociação de táxis e ir de táxi.
Pachacámac era a cidade sagrada de uma civilização pré-inca chamada Huari (ou Wari) e servia de centro de adoração e peregrinação. Essa região já foi dominada por quatro diferentes povos e seu sítio arqueológico inclui 16 pirâmides, praças, palácios e templos piramidais. Assim como em Huaca Pucllana e Huaca Huallamarca, é importante contar com o apoio e orientação de um guia reconhecido, pois sem as explicações, dificilmente compreenderemos o que estamos vendo e como eram a cultura e modo de vida dos povos que dominavam aquela área.
Um dos passeios indicados para quem visita
Lima é seguir até as ruínas pré-incas de
Pachacamac. Durante nossa primeira viagem ao
Peru, não conseguimos fazer esse tour, por isso o deixamos para nossa segunda incursão ao país.
Ir a Pachacámac vale a pena?
Por que a região de Pachacámac é importante?
Quatro povos distintos viveram em Pachacámac: os Lima, Wari, Yshma e os Incas. A cidade foi construída por volta de 200 a.c. e resistiu por cerca de 400 anos. Como muitas construções pré-incas, os historiadores consideram que ela era dividida em 4 setores: administrativo, cerimonial, doméstico e abrigo para os peregrinos.
Eles cultuavam esse local como ponto de encontro do Deus dos Terremotos, o oráculo mais importante da época. Por isso, ao longo dos anos de sua ocupação pré-inca, a população peregrinava até Pachacámac para pedir alívio aos terremotos, transformando o espaço em um lugar de oferendas e sacrifícios.
Como funciona o tour por Pachacámac?
O programa dura meio período – já que boa parte do trajeto se passa buscando passageiros em diferentes hotéis – e é amplamente oferecido por diversas agências locais em
Lima.
Como os tours podem ser organizados por várias empresas locais, resolvemos escolher a
Gray Linepara testar seus serviços, já que ela é bastante conhecida por seus city tours no exterior. No dia do passeio, percebemos que a empresa havia terceirizado esse tour para uma agência local que, então, nos levaria até
Pachacámac.
Valor: 36 dólares por pessoa com ingresso, guia local e transporte inclusos.
Mas afinal de contas, por que não recomendamos o passeio?
Por 3 diferentes motivos, meu caro leitor

- Se você já visitou outros sítios arqueológicos no centro de Lima como a Huaca Pucllana e Huallamarca, o passeio por Pachacámac pode ser cansativo e repetitivo.
- O estado de conservação das ruínas não é dos melhores. Tanto em Lima quanto em diferentes pontos do Peru, você vai conseguir visitar outros sítios que apresentam melhores estados de preservação e contam histórias parecidas.
- O tempo de deslocamento. Lima tem muitas coisas distintas e interessantes a oferecer: osmuseus e galerias de artes, a forte gastronomia local, seus mercados e bairros diferentes como oBarranco e Miraflores.
Sinceramente? Levando em consideração que geralmente passamos por
Lima com pouco tempo para explorar a cidade de verdade, não acho que valha a pena investir tanto tempo nesse passeio e abrir mão de conhecer outros pontos tão bacanas da capital. Claro que, se você já conhece a cidade bem e está voltando, ir a
Pachacámac pode ser um programa a se considerar

Como chegar a Pachacámac – “alma de la tierra, el que anima el mundo”?